Estava indo ao ponto de ônibus, pensativo(por pensar , ou por “vagar”).Claro, era mais uma daquelas vezes em que ele revia suas promessas. Se fossem a ele mesmo, esquecia,”pulava”.Não precisava cumprir nada que o amparasse.Sim,da mesma forma como não existem livros de auto-ajuda, não existem promessas introspectivas que se sustentem.
Porém,voltando-se ao ponto de (ônibus), ele entende o porquê do barulho no ouvido ser a compensação de tudo aquele marasmo. O marasmo em si não lhe dá ânimo. E a falta de ânimo, naquele instante,seria uma corda no pescoço.
As promessas , só ratificando ,não o vêm mais à mente . O que vem é o ônibus ,que obriga a esquecer planejamentos, pois o seu dia está organizado para passar despercebido(seria como você ter ser arrumado parar parecer mendigo).As alegrias, aspirações, amores, etc , são“ as” que não o “pertubarão ” hoje.Nem amanhã, nem depois por longo tempo.Tornou-se como que um astronauta : no vácuo da mesmice, com uma máscara que não se pode tirar , pois sem ela sua personalidade não terá fôlego para continuar.
Passa-se a achar, anacronicamente que as conquistas são gases que enchem as pessoas que as consegue.São mais vistosos agora.Como se a sua bagagem cheia de pirulitos e chicletes fosse indício de sua personalidade. Chicletes dão gastrite, que evolui para úlcera e que evolui para a morte .Cadê? Teu féretro levará os chicletes que conseguiste? Ou um nome que não foi almejado?
(Pedro Melo)
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